Um dia caminhando pelas ruas de Buenos Aires é, certamente, um dia bem vivido. A capital da Argentina é uma cidade cuja história se derrama em sua arquitetura, o que é um verdadeiro prato cheio para turistas que não perdem uma oportunidade de apreciar marcos arquitetônicos e pontos históricos. Os motivos para visitá-la são inúmeros, pois a cidade é o resultado de uma complexa interação de fatores culturais que sucederam a partir de múltiplas tendências e estilos arquitetônicos.
Além de edifícios preservados da Belle Époque, a capital portenha também abriga uma diversidade de obras de arquitetura modernas e contemporâneas, além de diversos museus e centros culturais. A seguir, descubra o que fazer em Buenos Aires em um roteiro repleto de passeios para quem ama arquitetura, decoração e arte. Boa viagem!
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1. Centro Cultural Recoleta
O Centro Cultural Recoleta é um daqueles espaços carregados de história e cantinhos muito fotogênicos que cativam no primeiro olhar. Construído em 1732 por arquitetos jesuítas, o edifício foi erguido originalmente como convento para monges recoletos que se estabeleceram na região no início do século 18. Desde então já foi escola, asilo, hospital e até prisão. Hoje é um dos principais monumentos portenhos e sede do museu mais descolado da cidade, que recebe exposições, shows e festivais variados.
2. Biblioteca Nacional da Argentina
Na área central de Buenos Aires, num terreno entre edifícios e parques, um enorme edifício desponta na paisagem. Trata-se da Biblioteca Nacional da Argentina, parada obrigatória na cidade. Construído em 1961 pelos arquitetos Clorindo Testa, Francisco Bullrich e Alicia Cazzaniga, o prédio é um marco da arquitetura moderna argentina e um exemplo do brutalismo. Conta com seis andares, nove salas de leitura com capacidade total para 940 pessoas, auditório e uma Escola de Bibliotecários. Desde 1998, possui também a Praça do Leitor, equipada com bancos para 200 pessoas, música, fontes e um serviço de biblioteca aberta com livros e jornais do dia.
3. Edifício Kavanagh
Quando esta impressionante torre art déco foi construída, em 1936, já era considerada o maior arranha-céu da América Latina, com 120 metros de altura. Projetado com apartamentos luxuosos pelos arquitetos Gregorio Sánchez, Ernesto Lagos e Luis María de la Torre, nenhuma despesa foi poupada, e suas linhas austeras, exterior minimalista e formas geométricas definiram um dos marcos mais icônicos da cidade. Em 1999 foi declarado Monumento Histórico Nacional e, desde então, pertence ao Patrimônio Mundial da Arquitetura da Modernidade, por decisão da UNESCO.
4. El Ateneo Grand Splendid
A livraria El Ateneo Grand Splendid já foi escolhida pelo jornal The Guardian como a segunda mais importante do mundo. Construída dentro do histórico cinema e teatro Grand Splendid, no bairro da Recoleta, ela conserva seu antigo esplendor e elegância, com a cúpula decorada com afrescos e seus interiores intactos. O teatro foi construído em 1919 pelo austríaco Max Glücksmann. Depois de receber espetáculos de tango, funcionou como cinema em 1926 e assim permaneceu por 70 anos. Em 2000, foi comprado por uma rede de livrarias, que substituiu as poltronas por milhares de livros, CDs e DVDs. O palco, por sua vez, foi transformado em cafeteria com música ao vivo.
5. Museu de Arte Latino-Americana (MALBA)
Construído pela famosa empresa argentina AFT Architects em 2001, o MALBA é o museu mais disputado de Buenos Aires. Ele contempla a produção artística da América Latina a partir do século 20, o que significa que talentos como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari, Maria Martins, Diego Rivera e Frida Kahlo podem ser vistos bem de perto. O edifício foi projetado no estilo desconstrutivista popular na década de 1990, usando uma série de caixas de blocos de pedra calcária e janelas de vidro inclinadas.
6. Rosedal de Palermo
No coração dos Bosques de Palermo, o Rosedal é considerado um dos cenários mais “parisienses” de Buenos Aires. Declarado Patrimônio Histórico Nacional em 2011, esse belo e colorido jardim tem mais de 18 mil roseiras de variadas espécies. Foi projetado pelo engenheiro agrônomo Benito Carrasco e aberto ao público em 1914. O local ainda abriga atrações que pedem para serem exploradas com calma, como pergolados, uma majestosa ponte de madeira branca e um charmoso anfiteatro.
7. Caminito
Localizada na foz do rio Matanza-Riachuelo, La Boca é considerada um dos berços de Buenos Aires – milhares de imigrantes a partir de 1830 se estabeleceram no bairro do porto. Significando “pequena passarela” em espanhol, o Caminito de paralelepípedos é hoje uma rua de pedestres famosa por suas casas coloridas, originalmente construídas com sucata e pintadas com sobras dos estaleiros.
8. Floralis Genérica
O escultor argentino Eduardo Catalano construiu esta flor gigante de alumínio e aço ao lado da Praça das Nações Unidas em 2002. Com nove metros de largura, ela floresce todas as manhãs e fecha todas as noites. As magníficas pétalas de 13 metros de comprimento refletem a cidade ao redor e, quando a noite cai, a flor artificial brilha com sua iluminação especial.
9. Torre Monumental
Vizinha do edifício Kavanagh, a Torre Monumental, também conhecida como Torre Inglesa, foi concedida à Argentina em 1910 como presente dos britânicos. Situada em frente à Estação Retiro Mitre, a estrutura tem símbolos do império inglês e referências à Abadia de Westminster, construção notória que levou mais de 100 anos para ser erguida.
10. Cabildo
Com paredes brancas brilhantes, dois andares de arcadas e uma bela torre sineira, o Cabildo, nas redondezas da Plaza de Mayo, parece surpreendentemente simples em comparação com os demais monumentos de Buenos Aires. Construída em 1612, a estrutura em estilo colonial é uma lembrança remanescente dos dias em que a cidade era um ponto de colonização espanhola. No complexo funciona também o Museu Histórico Nacional do Cabildo e da Revolução De Maio.
11. Café Tortoni
Quem caminha pela Avenida de Mayo, no centro de Buenos Aires, saberá quando o Café Tortoni estiver a espreita. As filas compridas que serpenteiam a porta denunciam a disputa que é adentrar no mais antigo e tradicional café da cidade, fundado em 1858. O estabelecimento ocupa um elegante casarão de arquitetura clássica próximo à histórica Plaza de Mayo.
12. Casa Rosada
A Casa Rosada é mais um dos belos palácios espalhados pela cidade. Sede do Governo Nacional, a construção foi declarada Museu Histórico Nacional em 1942 e é considerada um dos maiores patrimônios da Argentina. O prédio começou a ser construído em 1873, quando foi erguido o edifício dos Correios e Telégrafos. Com projeto arquitetônico do sueco Carlos Kihlbrg, seu desenho mistura o neorrenascimento italiano com elementos franceses. Foi encomendado pelo então presidente Domingo F. Sarmiento.
13. Museu Nacional de Arte Decorativa
Localizado na mansão construída pelo arquiteto francês René Sergent, sua decoração é testemunho do modo de vida da aristocracia argentina do início do século 20. A residência, que pertenceu à família Errázuriz-Alvear, uma das mais importantes da elite portenha, possui diferentes salas ambientadas pelos mais prestigiosos decoradores europeus. O patrimônio do museu inclui obras de El Greco, Fragonard, Corot, Manet, Boudin, e Fantin Latour, mobiliário europeu dos séculos 15 a 19, esculturas, porcelanas, cerâmicas, peças de olaria, tapetes e livros de coleção. O espaço promove uma verdadeira viagem no tempo para os amantes de arquitetura, decoração e arte.
14. Villa Ocampo
A arquiteta e designer Victoria Ocampo se inspirou nos princípios da vanguarda europeia e Le Corbusier quando construiu a primeira propriedade racionalista da Argentina, em 1926. Respeitando os desejos da proprietária, o local foi convertido em museu, hoje um patrimônio da UNESCO. Além de jardins exuberantes e de uma arquitetura arrebatadora, o casarão ostenta, no último andar, uma biblioteca com mais de 12 mil livros. Inúmeros exemplares estão assinados pelos célebres autores, muitos deles amigos pessoais de Victoria.
15. Puente de la Mujer
A Puente de la Mujer, um dos cartões-postais de Puerto Madero, é a primeira obra da América Latina assinada pelo reconhecido arquiteto espanhol Santiago Calatrava. A obra é um símbolo do desejo permanente da cidade em estabelecer-se como a vanguarda da arte e da arquitetura em toda a região. A construção representa a imagem de um casal que dança o tango, sendo que o mastro branco simboliza o homem, enquanto a silhueta curva da ponte remete a mulher.
16. Museo del Agua y de la Historia Sanitaria
Indiscutivelmente a torre de água mais elaborada do mundo, o Palacio de Aguas Corrientes, também conhecido como Museo del Agua y de la Historia Sanitartia, foi construído pelo arquiteto sueco Carlos Nyströmer no final do século 19 para melhorar o saneamento da cidade após uma epidemia de febre amarela. Projetado sob influências do Renascimento, e decorado com colunas ornamentadas e 300.000 azulejos importados do Royal Doulton da Grã-Bretanha, o edifício costumava conter até 19 milhões de galões de água. O sistema de água funciona até hoje e pode ser visitado.
17. Facultad de Derecho
Quem passa pela Avenida Figueroa Alcorta, à altura do número 2263, é atraído pela beleza do edifício que ali se ergue. Rodeado de jardins, o prédio da Facultad de Derecho chama a atenção por seu porte e arquitetura. Bem ao lado da Floralis Genérica, a construção é uma das mais emblemáticas do monumentalismo argentino e foi projetada pelos arquitetos Arturo Ochoa, Ismael Chiapore e Pedro Vivent.
18. Teatro Colón
Considerado um dos melhores edifícios para ópera do mundo, o Teatro Colón é internacionalmente reconhecido por sua acústica e valor patrimonial, evidência da influência da cultura arquitetônica italiana e francesa na Argentina. Um dos principais monumentos do país, o edifício foi inaugurado em 1908 e passou por diferentes mãos antes de ser concluído. O projeto inicial foi do italiano Francesco Tamborins. Após sua morte, em 1891, o teatro teve que ser continuado, construido e modificado por seu sócio, o arquiteto Victor Meano. Quatro anos antes de ser inaugurado, Meano é assassinado e a finalização da obra ficou sob responsabilidade do arquiteto belga Jules Dormal.
19. Congresso Nacional
A construção deste palácio, sede do Congresso Nacional, começou em 1898, conforme projeto do arquiteto italiano Víctor Meano. O escultor Jules Dormal (um dos construtores do Teatro Colón, junto com Meano) completou a obra, respeitando a proposta original. O edifício foi inaugurado em 1906, mas terminado apenas 40 anos mais tarde. Sua cúpula, de 80 metros de altura, é uma das maiores de Buenos Aires.
20. Feira de San Telmo
Se você gosta de garimpo e antiguidades, não pode deixar de visitar a Feira de San Telmo, que acontece aos domingos na Plaza Dorrego. Trata-se de um passeio bastante famoso entre turistas e locais e que já entrou no calendário oficial da cidade. Além das diversas peças vintage, a feira também vende artesanato local, lembranças, livros, discos, camisetas, óculos, chapéus, cartões, fotografias, CDs, pôsteres, roupas e muito mais.
21. Tienda Quorum
Pertinho da Plaza Dorrego, a Tienda Quorum reúne mais de 70 artistas, entre talentos argentinos e internacionais, com pinturas, fotografias, gravuras, cerâmicas, esculturas, desenhos e peças de design exclusivas. É um excelente local para descobrir novos nomes e se encantar com a variedade de técnicas artísticas disponíveis para os diferentes gostos – e bolsos!
22. Galerías Pacífico
Um shopping como nenhum outro. Assim é a Galerías Pacífico, um centro comercial com ares de museu localizado no centro histórico de Buenos Aires. Aqui as lojas ficam em segundo plano, já que o destaque é sua construção arquitetônica, com uma magnífica cúpula decorada com murais realizados por importantes pintores argentinos como Lino Enea Spilimbergo, Demetrio Urruchúa e Juan Carlos Castagnino. O projeto, construído em 1889, leva assinatura dos arquitetos Emilio Agrelo e Raúl Le Levacher.
23. Centro Cultural Kirchner
Com mais de 100 mil m², o Centro Cultural Kirchner é uma das maiores instituições culturais do mundo. Declarado Monumento Histórico Nacional em 1997, o edifício criado pelo arquiteto francês Norbert-Auguste Maillart abriga uma grande variedade de salas e espaços expositivos, além de um mirante, teatro e auditórios.
24. La Isla
Se tem um bairro que faz jus à fama de Buenos Aires ser considerada a Paris da América Latina, esse lugar é o La Isla. Essa região dentro de Recoleta concentra cinco quadras que preservam até hoje as características aristocráticas do passado e as heranças europeias da cidade. Palacetes, mansões, casas e edifícios fazem os pedestres transitarem por uma das áreas mais charmosas e sofisticadas da capital. E a melhor parte: é possível conhecer a maioria dos locais de interesse arquitetônico a pé.
25. Jardín Japonés
Um dos lugares mais tranquilos e relaxantes de Buenos Aires, o Jardín Japonés foi inaugurado em 1967 por ocasião da visita do imperador do Japão Akihito e sua esposa, Michiko. O local abriga uma grande variedade de espécies de árvores, plantas e flores, um lago habitado por carpas, além de várias pontes e esculturas relacionadas a cultura japonesa. Entre as relíquias do espaço estão três exemplares de árvores que sobreviveram ao bombardeio atômico de Hiroshima.