A diretora da Casa Cor, Lívia Pedreira, diz que em casa podemos expressar, de forma natural e genuína, nossa afetividade e conexão com o outro, e então demonstrar atitudes afetivas para com a comunidade que nos rodeia. “Repensar a casa não mais como um espaço físico, mas como um estado de espírito, norteia as novas formas de morar. A geração millennial (nascidos entre 1980 e 1995) permeia essa filosofia quase nômade, do desejo de se sentir em casa em qualquer lugar do mundo”.
Atrelada a essa necessidade de constante movimento, a tecnologia tornou o cotidiano mais prático e interativo. As conexões com o outro se tornaram sem fronteiras e, deixar a casa mais inteligente é uma tendência encontrada em feiras como a de Design de Milão e a Maison et Object.
Veja alguns destaques selecionados pela .DESIGN:
Estúdio Trigo, por Renato Mendonça
Local de encontro entre o bem-estar, o conforto e a praticidade, que resgata o retorno às origens. Trouxe a figura do chef de cozinha, independente, com hábitos saudáveis, que cultiva seu próprio alimento e vê na cozinha um local de relaxamento e afeto. O “novo luxo” é entendido na simplicidade, na possibilidade do pé no chão de terra, da madeira dentro de casa oferecendo acolhimento e conforto. A cor da terra se replicou no piso. As paredes descascadas remeteram à sensibilidade da história do local.
Cucina Pietra, por Felipe Hess
Nesta cozinha totalmente minimalista ele manteve a estética limpa prezando por materiais nobres e detalhes que prendem a atenção. O espaço de 85 m² teve ilha central, quase absoluta no cenário da cozinha, que recebeu um grande tampo de mineral e acrílico. Junto dela, uma coifa de concreto escorreu do teto de forma inesperada. O projeto harmonizou concreto e pedra de forma conceitual.
Estúdio Plural, por Fernando Piva
Um conceito de casa voltada para as novas formas de morar, priorizando a praticidade do dia a dia e o uso de materiais que trazem sensação de acolhimento, tão necessário à rotina contemporânea. O porcelanato reproduziu, no piso, o clássico padrão de granilite. O ventilador Gerbar acrescentou um belo tom retrô. O lambri, em algumas paredes, veio com acabamento amadeirado.
Casa do Fauno, por Leo Shehtman
Homenageou Fauno Barberini, figura da mitologia romana com características meio humanas meio animais. Foram 144 m² com elegantes tons de preto, cinza e dourado. A luxuosa divisória de mármore conferiu imponência ao mobiliário, que misturava linhas verticais e bem definidas e pequenos objetos, como a cama em miniatura afixada junto dos quadros na parede dourada. A harmonia do espaço também se deu pela combinação de peças industriais de ferro com peças de marcenaria bruta e objetos artesanais.
Casa Dendê, por Nildo José
Residência de 155m² com living, cozinha com sala de jantar, pátio com uma árvore ao meio e máster suíte. Fugiu de fórmulas prontas e do estereótipo da Bahia colorida, entretanto, expressou nos detalhe a ligação do arquiteto com sua terra natal de maneira sóbria, rica em arte, bossa e poesia. Com uma linguagem madura o arquiteto projetou formas limpas com curvas pontuais que fizeram analogia ao recôncavo baiano. Observamos tendências como: tom gelo, piso pedra e painel ripado.
Casa OAK, por Moacir Schmitt Jr e Salvio Moraes Jr
Eles encontraram na arquitetura, na arte e em objetos com história o ponto de equilíbrio. O teto e todas as paredes da casa de 185 m² foram revestidos em lâminas de carvalho natural. Daí vem o nome do projeto: OAK, que em inglês significa carvalho. Do brutalismo aos muxarabis, a casa foi uma aula de arquitetura. Os objetos e as referências passearam por vários estilos com um olhar multicultural.