A sustentabilidade ganhou força na Engenharia Civil. Além de causar menos impactos ao meio ambiente, a construção sustentável pode até deixar a obra mais barata, garantem engenheiros de uma construtora responsável pela execução do projeto de um dos condomínios mais luxuosos de Castanhal, município distante 68 km da capital. Em três anos a construtora fez toda a infraestrutura envolvendo ruas, drenagem, rede de esgoto e iluminação e áreas de lazer do condomínio. A antiga fazenda foi urbanizada e manteve-se intocadas as áreas de preservação ambiental, nascentes e lagos.
Os engenheiros seguiram as cinco ideias básicas do conceito de construção sustentável: projeto inteligente, que aproveita melhor as características do terreno e da natureza; redução da poluição e do desperdício de materiais; uso de materiais ecológicos, como madeiras de reflorestamento e concreto reciclado (aproveitado da demolição de outros edifícios); eficiência energética e aproveitamento da água.
“Não houve desmatamento. Apenas abrimos as ruas, fizemos drenagem e terraplenagem e o projeto dos 581 lotes”, explica o engenheiro Ricardo. Hoje os condôminos utilizam um dos lagos do clube para pesca e Ricardo já prepara um projeto de limpeza para deixá-los propícios para banho.
A construtora também executa atualmente 18 projetos de casas nesse condomínio, quase todos projetados pela arquiteta Larissa Luci. A média de tempo para execução é de 10 meses, mas já houve obra que durou apenas quatro meses. É que a cada ano a construção civil fica mais dinâmica, explica uma das sócias da construtora.
“Todo ano surge coisa nova, mas nos últimos 10 anos foram expressivas as inovações. Temos obras cada vez mais rápidas, baratas, limpas e sustentáveis”, diz.
Alguns projetos é reutilizada a água da chuva nos banheiros, vasos sanitários e área de serviço. “O custo é baixíssimo”, garante o engenheiro Ricardo. Basta armazenar e fazer com que a água tratada por processo químico retorne para esses sistemas. “Muita gente está utilizando”, explica.
O engenheiro explica ainda como costuma aproveitar a luz natural nos projetos. Executamos, por exemplo, um closet muito interessante projetado pela arquiteta Larissa Luci. Ele não tinha ventilação nem luz natural, então foram criadas alternativas para que ele recebesse a ventilação e a luz de fora. A cliente, que resolveu abdicar do ar condicionado, se viu livre de um ambiente escuro, abafado e com mofo”, diz.
Energia solar e lâmpadas de led: vantagens ao meio ambiente e ao bolso
A maioria dos condôminos já entende os benefícios de instalar um projeto de energia solar em casa. “Ganha tanto o meio ambiente, por ser uma energia limpa, quanto o bolso do cliente”, explica Ricardo. Segundo o engenheiro eletricista paraense Daniel Sobrinho, o retorno financeiro do investimento em um projeto que utiliza a energia do sol no Pará ocorre em quatro anos, diferente de outro estado, onde esse retorno viria em sete anos. É que no Pará a radiação para a energia solar é muito boa. Além disso, o preço da energia não renovável no Pará ainda é o mais caro do país e o valor do imposto cobrado na conta de energia no Pará ainda é muito alto.
Segundo o pesquisador, o Pará possui mais de 100 sistemas de energia solar fotovoltaica instalados em residências e comércios. O número ainda é pequeno, mas, enquanto que em 2013 existia apenas 59 projetos em todo o Brasil, em julho de 2017 o número chegou a 12.520 projetos, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A opção pela utilização desse tipo de energia cresce 300% ao ano no Brasil.
“É um investimento bem mais barato que um carro. Uma pessoa que consome 400 quilowatts/hora por mês, por exemplo, pagaria R$ 20 mil em um projeto de energia solar”, explica. Hoje, muitos bancos públicos e privados financiam projetos de energia renovável.
Rodrigo executou recentemente uma casa com uma microusina fotovoltaica para geração de energia utilizando placas solares. Há outras quatro casas com o mesmo sistema sendo construídas. “As microusinas abastecem tanto uma casa quanto uma indústria”, garante o engenheiro. Segundo ele, se essa eficiência energética for aliada ao uso de lâmpadas de led, que representam uma economia de cerca de 39% em relação às fluorescentes compactas, a contribuição ao meio ambiente será muito grande.
Foto: Divulgação
Texto: Luiz Cláudio Fernandes