Nesta sexta-feira (9) ocorre a abertura da exposição de arte com temática queer “Saber de Cor: existências outras para além do azul e rosa”. A mostra reúne 45 obras do artista João Paulo Baliscei elaboradas a partir de diferentes técnicas artísticas e busca promover reflexões e problematizações acerca de como, no âmbito social, tem-se recorrido às cores para ampliar e/ou reduzir as maneiras como os sujeitos se relacionam com as feminilidades e masculinidades.
A exposição é decorrente de um projeto premiado pelo Edital Prêmio Branco de Melo – 2022, da Fundação Cultural do Pará, e ficará aberta ao público na Galeria Benedito Nunes, em Belém, para visitação gratuita de 9 de setembro a 21 de outubro, de segunda a sexta, das 9h às 17h.
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No dia 9 de setembro, especialmente, haverá um coquetel de abertura da exposição às 19h, e no dia 10, às 10h, haverá um bate-papo com o artista João Paulo Baliscei. Ele é professor, pesquisador e artista visual paranaense vinculado à Universidade Estadual de Maringá.
João explica que as obras versam sobre as maneiras como masculinidades e feminilidades são engendradas a partir de cores específicas. “Nesse caso, porém, azul e rosa não atuam como cores óbvias e estabelecidas previamente – azul para eles e rosa para elas -, mas como provocações que convocam, justamente, a percepção da artificialidade dessa e de outras convenções”, esclarece.
Primeira exposição do artista
Esta é a primeira exposição de arte individual de João Paulo e a expectativa é grande. A curadoria é dele mesmo. “Como pesquisador vinculado à Universidade Estadual de Maringá e coordenador do Grupo de Pesquisa em Arte, Educação e Imagens, realizo estudos científicos sobre o tema e, penso, que essa experiência e conhecimento se somam à perspectiva artística”, avalia.
Desde criança ele se interessa por temas e técnicas afetas à arte. Professor desde 2008, ele foi compartilhando o que fazia com seus alunos e alunas e, desde 2012, quando começou a licenciar em um curso de graduação de Artes Visuais, na Universidade Estadual de Maringá, foi se percebendo professor-artista. “Meus trabalhos, desde então, passaram a fazer o uso do desenho, técnica que já me era familiar, porém, em suportes que não me eram necessariamente confortáveis, como, por exemplo, o bordado. Acessei pela primeira vez essa técnica em 2018. Com o tempo, fui experimentando outras tantas que me eram semelhantemente inéditas, como a videoperformance e a apropriação de objetos”, conta.
“As ideias que circulam pela exposição me acompanham desde a infância, assombrando-me na maioria das vezes. Sendo criança, é difícil perceber a preciosidade de nossa diferença, a qual, ao contrário disso, tende a ser enfatizada como ‘desvio’ a ser corrigido, senão punido. Se você for um menino que gosta da cor rosa, tem voz fina, gesticula demasiadamente e demonstra afetos com insistência, ou se você for uma menina que assume liderança, inventa e se interessa por futebol, provavelmente você não terá tantos incentivos para desenvolver essas habilidades. Agora, se você for um homem ou mulher, já adultos/as, você tem mais e melhores condições não só de explorar essas competências como, principalmente, de proporcioná-las às crianças que não as têm. ‘Saber de cor’ é, especialmente, sobre isso”.
Catálogo da exposição
Para quem não conseguir visitar presencialmente a exposição, é possível conhecer as obras, o ver catálogo da exposição e acompanhar os desdobramentos dela acessando o link.
Serviço:
Exposição “Saber de Cor: existências outras para além do azul e rosa”.
Data: 9 de setembro a 21 de outubro.
Onde: Galeria Benedito Nunes (Fundação Cultural do Pará).
Hora: Segunda a sexta, das 9h às 17h.
Coquetel de abertura: 9 de setembro, às 19h.
Instagram do artista:
@joaopaulobaliscei
@grupoartei