Zanini de Zanine é um dos nomes mais emblemáticos e relevantes do design autoral brasileiro. O designer completa 20 anos de carreira em 2022 e suas peças são comercializadas em Belém com exclusividade na loja +Design, pertencente ao Grupo Paraense de Decoração (GPD).
Ele já nasceu cercado de muita criatividade e inspiração. É filho do arquiteto, designer, maquetista, paisagista e urbanista Zanine Caldas, o Zanininho, como é apelidado carinhosamente por conhecidos. Zanini de Zanine conviveu desde a infância com nomes como Lucio Costa, Oscar Niemeyer e Sergio Rodrigues, do qual foi estagiário durante o primeiro ano de sua carreira.
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O estilo do designer Zanini de Zanine
Mostrando uma personalidade e um propósito diferente a cada criação, Zanini de Zanine explora materiais variados, mantendo-se contemporâneo ao mesmo tempo que preserva o legado de seu pai ao utilizar madeiras de demolição e abusar das formas orgânicas.
Carrega consigo a importância da identidade nacional e inspira-se diariamente na cultura brasileira, sobretudo em sua cidade natal, o Rio de Janeiro.
“A carga de informação vinda dos meus pais sempre foi muito voltada para a brasilidade, desde o artesanato até a religião e a geografia. Depois de todo esse tempo de carreira eu vejo que minha inspiração pelo Brasil só se intensificou. Se o começo nasceu com raízes brasileiras, hoje em dia isso é ainda mais forte”, comenta o designer.
Exposição de Zanini de Zanine
Para dar o pontapé inicial neste aniversário de carreira, Zanini ganhou uma exposição individual com peças inéditas na R & Company, em Nova York. O artista que começou a produzir móveis em madeira maciça, utilizando vigas, colunas e as mais variadas peças de construções demolidas, agora se apresenta em nova fase.
“Os móveis foram feitos artesanalmente e com série limitada. Além disso, também foram produzidos itens em fibras naturais, como tapeçarias e cerâmica. Apesar do material diferente, todos os objetos estão unidos por um ponto em comum no desenho, a presença de um círculo em todas elas. É o meu vértice geométrico se confrontando com o orgânico”, analisa Zanini sobre a nova mostra, que fica na cidade americana até abril de 2022.
Essencialmente um designer de móveis com muito talento para o desenho, o carioca se vê em um momento mais maduro e consequentemente mais criativo, onde caminha livremente pelas próprias ideias. Lição esta que aprendeu com o pai, que mesmo trabalhando diretamente com grandes nomes do modernismo brasileiro, nunca cedeu diante das paredes de concreto e formas geométricas, sempre valorizando a autenticidade e atemporalidade de seu trabalho.
“Meu pai me fez entender que a riqueza toda já está diante dos nossos olhos, na nossa cultura brasileira. Ele deixava a intuição dele falar mais alto, e não seguia os padrões, e é isso que eu estou buscando cada vez mais me permitir”. Diferentemente do pai, que era autodidata, Zanine é formado em desenho industrial pela PUC-Rio mas comenta que nesta sua fase está caminhando muito mais para o lado das artes, e foi daí que veio a inspiração para o trabalho de tapeçaria exibido na R & Company.
“Estamos empolgados em apresentar o novo trabalho de Zanini de Zanine como uma importante oportunidade para continuar o diálogo sobre a evolução do design brasileiro. Seu trabalho captura as distintas tradições desta arte do meio do século, ao mesmo tempo em que experimenta técnicas contemporâneas que falam da nossa atual geração de criadores e colecionadores”, disse Evan Snyderman, diretor da galeria de arte.
“Seus trabalhos individuais são incrivelmente ricos em detalhes e ainda mais variados quando experimentados em conjunto”.
Além disso, Zanine conta que um livro que reúne toda sua trajetória também está a caminho, assim como exposições de comemoração dos 20 anos de carreira no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Revisitando o passado de Zanini de Zanine
Mesmo carregado de prêmios nacionais e internacionais – como o Casa Vogue Design 2018 com cadeira Zina e o prêmio de designer do ano pela Maison & Object Americas, em 2015, o designer não esquece suas raízes e espalha a potência do design brasileiro pelo mundo.
“Muito animador observar a forma com que o desenho nacional contemporâneo se consolidou nessas últimas décadas, tanto dentro no país quanto mundo afora. Puxados pelos Irmãos Campana, uma nova geração desenvolveu pesquisas, processos e formas que também traduzem de maneira muito genuína nossa cultura, consolidando o desenho brasileiro cada dia mais. Gosto de acompanhar trabalhos como Domingos Tótora, Rodrigo Almeida, Sérgio Matos, entre tantos outros de diferentes regiões do país”, finaliza.
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